Neste livro Elena Ferrante aborda o tema da separação conjugal relatado por Olga, a mulher que se sente abandonada.
Consegue te envolver com tamanha intensidade em sua narrativa que já não se sabe se a angústia sentida é sua ou da personagem.
Elena Ferrante, em sua escrita sem lamúrias, mais uma vez expõe a dor humana feito ferida em carne viva, mostra como a separação pode desfazer os contornos individuais, fazer com que as emoções fujam do corpo sem conseguir o menor controle sobre elas, o amor à vida desaparece assustado, foge e tem grande dificuldade para retornar pois o caos da raiva, da pequenez, da falta de afeto próprio armam-se ferozmente impedindo que a sensatez se aproxime.
Vive-se na tormenta, o que era rotina se torna exaustivo como se realmente tivesse perdido metade de si mesma, o peso de antes já não se sustenta no flagelo de agora.
Negligência a si mesma e a quem de ti necessita, vai se perdendo nesse emaranhado de sentimentos revoltos.
Vive uma revoada, uma maratona de inventar tantas culpas para si mesma, culpas que não sabe que não as tem e, não consegue achar a saída desse labirinto que se meteu, a razão lhe escapa pelas mãos, a dor constante, duradoura, provoca isso.
Segue, por um bom tempo, de mãos dadas com essa dor que não lhe dá tréguas.
Mas é despedaçando-se, perdendo os contornos que a possibilidade de um novo construir se instala.
Boa sorte à todas as Olgas!
Comentando postado em 28/11/2016
Autor: | Elena Ferrante |
Categoria: | Adulto |
Editora | Biblioteca Azul |
Publicação: | 2016 |
Edição: 1ª | |
Fonte: | Link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Elena_Ferrante |
post de: Nan Lourenço