Muito bom ler um livro onde se reconhece os lugares dos acontecimentos, a imaginação flui com mais destreza, nos sentimos caminhantes na história.
Saber sobre nossos ancestrais nos traz um sentimento confuso, difícil de nomeá-lo, ser descendente de portugueses talvez não foi a melhor escolha se é que a escolha se deu, preferia ter ancestrais indígenas, se é que não tenho. Carregar um nome indígena, tipo você, Ubiraci, gera a sensação de que algum orgulho e dignidade você preserva com seu nome, de possíveis ancestrais.
Neste livro, vinte e uma mulheres destemidas, cheias de coragem e desprendimento vão escrevendo histórias, mulheres nascidas há 500 anos até hoje.
Além de nos contar a história do Brasil, seus acontecimentos mais marcantes, nos contam também que mulheres já nascem fortes ou precisam se fazer fortes diante de tanta ameaças que as perseguem, muitas vezes usam a si mesmas como muralhas para se proteger do mundo externo, vivendo só, dentro de seu mundo particular sem saber por onde a felicidade passa, outras vezes lutam totalmente destemida.
No início, vivem o que esperam que se viva, suas vidas não vem acompanhadas de alegrias ou tristezas, a vida apenas é, apenas deve assim acontecer, as relações familiares, maritais, de pais e filhos são desprovidos de afetos, apenas são. Com o passar do tempo aprendem mais sobre afetos, desafetos e os comandam com maestria.
as uma constante é que são tempos de vida frágil mas nunca vivido por mulheres frágeis, por mais que queiram escrever suas histórias o papel e a caneta estão em suas mãos, isso as dignificam.
Enfim, ler esse livro gera um constante desejo de "quero mais", cada história relatada é uma pincelada de um universo vasto onde passamos o olhar rapidamente, acabei a leitura, fecho o livro é penso "quero mais".
Maria José Rios Peixoto da Silveira Lindoso é uma escritora, tradutora e editora brasileira. Filha do político José Peixoto da Silveira, nasceu poucos meses depois de o pai se eleger deputado estadual e mudar-se para Goiânia. Wikipédia